Ammarindar

Este post não tem a pretensão de ser um tratado completo, esmiuçando a história de Ammarindar. Isso já foi feito, bem como sobre o contemporâneo reino élfico de Eaerlann. Aqui vou apresentar de forma resumida a pesquisa que fiz sobre o reino anão para minha campanha de D&D 5th Edition, de modo que seja mais fácil de ser usado por outros mestres em suas campanhas. Parte do material que escrevi sobre Phandalin será referenciado.

Entre os materiais referenciados, procurei manter os nomes originais onde o material consultado era em inglês ou sem equivalente traduzido em português, e em português quando o material já se encontrava traduzido oficialmente.

A descrição dos itens usa suas estatísticas para os sistemas que foram projetados (em sua maioria D&D 3.5). Porém, com um pouco de trabalho, podem ser convertidos para D&D 5th Edition ou outro sistema.

Introdução

Ammarindar foi um reino anão fundado antes de Cormanthyr e Netheril em -4100 CV. Localizava-se no Northdark entre as cidades drow de Menzoberranzan e Ched Nasad, a aproximadamente 400 km a sudeste de Menzoberranzan, ligada à cidade por túneis anões escavados sobre o Lago Negro. No seu auge, o reino também incluía territórios do alto Vale do Delimbiyr, entre a Floresta Alta e as Terras Arruinadas.

O símbolo de Ammarindar era uma coroa com três chifres apontando para cima, com uma estrela de quatro pontas encimando cada chifre [2, pp. 52 e 53]. Esse símbolo marca algumas estradas nas Montanhas Picos Cinzentos e nos túneis no Underdark, mas não foi usado para demarcar território nos limites do reino.

Os maiores reis de Ammarindar foram o rei Azkuldar e o rei Olaurin, um grande guerreiro. A rainha Helmma¹ habilmente salvou muitos de seus súditos quando as forças do Chifre Ascal se tornaram o Forte Portão do Inferno. A rainha Helmma morreu defendendo os últimos anões no vale de Naurogloth, hoje a Passagem dos Ossos Brancos [2, p. 52], onde em 1358 CV havia numerosos pequenos fortes orcs, em constante conflito uns com os outros [1, p.45].

História

Em -4100 CV, anões do escudo fizeram colônias nos Picos Cinzentos [14, p. 84], antes mesmo do reino de Delzoun ser formado. Logo após, começaram os conflitos com os elfos negros de Ched Nasad e em seguida foram abertas relações comerciais com Netheril, a quem supriam metais [2, p. 52].

Em 880 CV, os elfos-demônio (meio-abissais e fey’ri) da Casa Dlardrageth influenciaram o mago Wulgreth a conjurar demônios [15, p. 83]. (O mesmo Wulgreth é referenciado em [1, pp. 42, 59; 18, p. 168] como um lich). Em 882 CV, os demônios tomam Chifre Ascal e se espalham por Eaerlann e Ammarindar com seus exércitos, destruindo esses reinos.

Com a sua queda, os demônios do Forte Portão do Inferno tomaram as cavernas de Ammarindar para criar e treinar seus guerreiros demoníacos, como os tanarrukka (singular: tanarrukk). Em 1372 CV, o meio demônio Kaanyr Vhok (CE male human half-fiend Fighter 7/ Rogue 2/ Wizard 6) conhecido como Portador do Cetro (The Sceptered One) [12, p. 126; 13, p. 87] ou (humano meio-demônio, Gue 7/ Lad 2/ Mag 6, CM) [13, p. 22] reinava sobre milhares de tanarukks [24, p. 88], orcs e outros em sua Legião Flagelada (Scourged Legion) [13, p. 29] (Cabe mencionar que em diversas fontes a Scourged Legion é chamada de Scoured Legion – Legião Purificada, termo usado na tradução da 4ª edição [20, p. 230]. Nesse texto, seguiremos com Legião Flagelada, pois a maioria das fontes, inclusive os últimos livros em inglês da 4ª edição [21, p. 106], a tratam assim).

A destruição do Forte Portão do Inferno por Turlang [9, pp. 166, 167, 271; 13, pp. 28 e 99; 15, p. 83] acaba por libertar os elfos-demônios (daemonfey) da casa Dlardrageth que haviam sido aprisionados em Chifre Ascal. Condessa Sarya Dlardrageth (meio-abissal, CM, Mag 17) [9, p. 167] ou (CE female sun elf half-fiend Sor 17) [8, p. 126] lidera os daemonfey na tomada de ruínas élficas na Floresta Alta. Posteriormente, os demonfey seriam eliminados na invasão de Myth Drannor.

Ammarindar em 1479 CV [20, p. 230] era um lugar tomado pelos tanarukks remanescentes da Legião Flagelada após o sumiço de Kaanyr Vhok. Organizados por Ghaarzhvex quando o cambion os deixou, nesse momento seu Alto Chefe de Guerra é Ghiirvox. São contratados como mercenários e algumas vezes invadem terrenos vizinhos. O misterioso Jeervan Sanguinário levou à Legião Flagelada a fervente adoração a Garagos.

Geografia

No auge do reino, os limites de Ammarindar na superfície incluíam muito da parte superior do Vale do Delimbiyr, nos Picos Cinzentos de Naurogloth (Passagem dos Ossos Brancos) a Horindon Lhar (High Gap) e das Terras Caídas às bordas da Floresta Alta. As Cavernas Reais de Splendarrmornn, casa da monarquia de Ammarindar, ficam abaixo da Montanha Brilhante, o pico ocidental do par das Cataratas Brilhantes. O reino anão também se estendia pelo alto Subterrâneo, cobrindo cavernas naturais e uma extensa rede de mineração.

Os caminhos subterrâneos de Ammarindar cobriam a extensão do alto Vale do Delimbiyr, permitindo que viajantes caminhassem de um lado ao outro do reino sem precisar retornar à superfície.

Fortes de clãs isolados estão espalhados pelo Ammarindar Subterrâneo, aonde quer que tenham sido encontrados veios dos minérios mais valiosos e de gemas [7, p. 53].

ancient_Ammarindar_map

Mapa de Ammarindar de Paul “Snowblood” – Acessível em (https://phasai.deviantart.com/art/Ammarindar-Adamantine-Kingdom-145996047)

Westedelve

Esse forte dos anões é mencionado como a parte mais ocidental do reino de Ammarindar em The Athalantan Campaign [6, p. 35], a leste de Athalantar (cuja capital é a atual Secomber [5, p. 63]). Os anões desciam o Delimbiyr com suas barcas  para comprar comida dos humanos e vender cofres e caixas de joias de pedra, gemas, o vinho rubi popularmente conhecido como “Sangue de Dragão” e o doce e borbulhante “vinho bolhas selenitas”, com cor de lima, que muitos recém-casados humanos usam para brindar. Poucos sabem que esse vinho é feito fungos fermentados tocados pela luz de Selûne no fundo de fendas profundas. É nesse artigo que também temos a informação que cada senhor anão desses fortes era chamado de Senhor do Machado (Axelord).

Cataratas Brilhantes

O lugar já foi um entreposto comercial de Eaerlann. Diz-se que há uma passagem secreta para tumba da realeza de Ammarindar sob as águas das Cataratas Brilhantes [4, p. 56], mas as tumbas já foram saqueadas e caravanas Zhentarim usam as cavernas como esconderijo. As portas adamantinas de Splendarrmornn ainda estão lá, caídas do jeito que foram deixadas [14, p. 87]. Em 1358 CV, havia relatos de que um grupo de  meio-elfos da lua assaltantes de estrada, os Meio-Elfos Renegados, em cujas fileiras havia meio-drows, comandados pela “princesa” Tianna Skyflower (CE, half-ef 8th-level Thief/Magic-User) [1, p. 49, p. 59], de pele escurecida e cabelos negros com uma mancha branca em forma de coroa portadora de um anel de ilusões (ring of five visages). Em 1370 CV, o grupo ainda era comandado Tianna Skyflower (CE half elf (moon elf) Thief 12/ Wizard 11/ Specialty Priest (Karsus) 5) [4, p. 52], mas uma postagem no fórum Candlekeep discute a validade de Tianna ser uma clériga de Karsus.

Cidadela Yaunoroth

Criada para conter as invasões orcs, foi palco de uma das batalhas mais difíceis, onde o sacrifício da princesa Olmma, irmã da rainha Helmma, ganhou tempo para os anões que fugiam para o sul.

Localiza-se vigiando a Passagem dos Ossos Brancos (Bleached Bones Pass). São quilômetros de túneis feitos para anões que se estendem pela parte baixa das Picos Cinzentos. Há um túnel goblin que liga as Ruínas de Dekanter com Yaunoroth.

O fantasma da princesa Olmma vigia os túneis, chamando por seus companheiros mortos e expulsando invasores com suas tropas.

Um pouco de etimologia: Yaunoroth possivelmente significa “Escada para a terra dos inimigos”, já que “noroth” é “terra dos inimigos” e yau provavelmente vem de “yaugh”, que significa “escalada” [2, p. 12].

Pico Norte

Ficava a noroeste de Atalho Noturno (High Gap), Horindon Lhar em Dethek [21, p. 105]. Foi o maior e mais lucrativo complexo de minas de Ammarindar, tendo fornecido a matéria-prima que abasteceu os exércitos de Ammarindar, Eaerlann, Netheril e Illefarn. Em 1372 CV, era onde as tropas da Legião Flagelada de Kaanyr Vhok se aquartelava, sob o comando do tenente de Vhok, Trawg (CE male tanarukk Fighter 6/ Sorcerer 2) [14, p. 85] e eram assolados por ataques de orogs [24, p. 88] que haviam tomado Splendarrmornn.

Xothol

A criação de Xothol vem da necessidade de se interpor ao crescimento de Netheril [2, p. 52], criada sob decreto do rei Azkuldar III. Seria a arma secreta de Ammarindar caso Netheril tentasse dominar os anões do escudo. Sua existência foi segredo da maioria da população de Ammarindar e localizava-se no sudoeste das Picos Cinzentos [14, p. 87]. Com a queda de Netheril, o rei Tormalk mandou fechar magicamente a escola, que permanece intocada até hoje. É interessante notar que na língua anã [2, p. 12] Xothol significa literalmente Conhecimento Secreto sobre Magia.

As Cavernas Reais de Splendarrmornn

Splendarrmornn 2

Splendarrmornn [13, p. 87]

Localizadas no pico mais ocidental dos dois que formam as Cataratas Brilhantes, lá estão as Cavernas Reais de Splendarrmornn. Destituídas de todos os tesouros pelas forças do Portão do Inferno e de bandidos que a saquearam após a queda de Ammarindar [2, p. 52]. Muito do tesouro de Ammarindar que não foi levado para o Forte Portão do Inferno apareceu nos mercados de Águas Ruidosas (Loudwater).

Os amplos salões foram escavados na pedra após séculos de trabalho e são ligados a imensas cavernas por um emaranhado de túneis. A peça central é o Palácio Adamantino, um castelo construído inteiramente do metal negro que lhe dá o nome. A maior parte das paredes e tetos eram decoradas com imagens gravadas com metais preciosos, como prata e ouro, com gemas incrustadas.

Em 1372 CV, Splendarrmornn foi lar de por volta de 200 orogs do Lowerdark. Seu líder, Ufarskaddun (LE male orog fighter 13) [14, p. 87], descobriu as ruínas em 1370 CV e passou um bom tempo limpando-as de diabos e mortos-vivos. Tendo capturado alguns tanarukks da Legião Flagelada, ele se encontrou em um dilema de ter forças inferiores mas precisar liderar uma crusada contra essas aberrações.

Em 1480 CV, o Alto Senhor da Guerra Ghiirvox usava Splendarrmornn como quartel da Legião Flagelada [21, p. 106], e através de feitiçaria maligna controlava os espíritos dos anões de Ammarindar para defender-se de ameaças externas.

Itens conhecidos perdidos

A maioria dos itens citados aqui foram compilados por Harpistas e estão em posse dos habitantes do Forte Portão do Inferno (Hellgate Keep) [14, p. 93].

Processos

Everbright

Os anões de Ammarindar eram conhecidos por suas armaduras adamantinas tratadas com Brilho Eterno (Everbright) [2, p.52; 7, p.54; 10, p. 137; 23, p. 50].

Darksteel

Uma liga metálica similar ao adamante, segredo do clã Ironstar [2, p. 5].

Armaduras

Suas armaduras completas tinham chifres, cristas, rebarbas e ornamentos de um tom de azul prateado. O paradeiro da maior parte dessas armaduras e dos minérios de adamante é desconhecido, depósitos secretos ainda podem existir [7, p. 54] .

Elmo de Aoxar

Aoxar, o grande herói anão de Ammarindar, criou este elmo de metal de face aberta para identificar compatriotas em necessidade no campo de batalha, de forma que pudesse ir em seu auxílio. O elmo também possibilita que ele passe para seus familiares seus últimos pedidos.

O usuário do Elmo de Aoxar pode usar Deathwatch à vontade e Speak With Dead uma vez por dia.

Escudo do Capitão Aerad

Outrora empunhado pelo lendário herói anão de Ammarindar, acredita-se que esse escudo descanse no Forte Portão do Inferno. Reza a lenda que o Escudo do Capitão Aerad podia destruir qualquer arma usada contra ele, mas na verdade era simplesmente um escudo grande de metal +3. Sua lendária proeza de destruidor de armas era uma decorrência das armas rústicas de bronze usadas pelos inimigos de Aerad, não devido a qualquer poder mágico.

Martelo de Craemmol

Essa arma de um guerreiro anão, outrora lendário por sua proeza em batalha e sua cobiça, é um martelo de combate +3 que emite uma luz amarelada como uma tocha. Sempre que um drow se aproximar a 18m do usuário, a arma emitirá um som alto, como um sino enorme. Se o alvo se concentrar no martelo durante 1 rodada completa, ele saberá a localização exata do drow mais próximo e a quantidade total de drows existentes no raio de detecção da arma.

Armadura do Coração de Dragão do Rei Connar o IV

Usada pelos últimos reis de Ammarindar, essa armadura do tamanho de um anão é uma brunea de couro de dragão vermelho +1. Além de suas propriedades de proteção normais, ela concede resistência a fogo 10 para o usuário.

Luva de Taarnahm o Vigilante

Esta manopla de cota de malhas permite que o usuário arremesse qualquer arma que esteja empunhando como se tivesse as habilidades especiais arremesso e retorno.

Elmo de Pégaso de Kloeth Ironstar

Esse magnífico elmo de asas permite que seu usuário invoque um pégasus celestial duas vezes por dia para servir como montaria ou auxiliá-lo em combate. Cada conjuração exige uma palavra de comando e a criatura invocada permanece ativa durante 3 horas, mas o usuário é capaz de reduzir esse tempo se desejar.

Armadura Rugidora de Ammarindar

Estes doze conjuntos de peitorais +2 são decorados com runas élficas de prata na frente e são esculpidas com uma cabeça de urso ou dragão nas costas.

Qualquer flecha não-mágica, quadrelo, bala de funda ou míssil semelhante que atinja o usuário da armadura por 10 ou menos pontos de dano é automaticamente refletida pela armadura para atacar a criatura que a disparou (o dano é rolado novamente contra o atacante e o usuário não sofre nenhum dano do ataque).

Como a cabeça do urso ou dragão na armadura ruge sempre que o perigo se aproxima pela parte de trás, o usuário ganha a habilidade esquiva sobrenatural de um ladino de 6º nível (ele retém seu bônus de Dex na CA mesmo quando é atingido por um ataque invisível) e não pode ser flanqueado exceto por um ladino de pelo menos 10º nível).

Acredita-se que todos os doze desses peitorais estejam nas mãos dos tanarukks do Forte Portão do Inferno, que os saquearam de Ammarindar [11].

Armas

Espada-Chicote de Samos o Quebra-Crânio

Essa espada curta +1 é peculiar, e outrora pertencia a um anão caçador de mortos-vivos; ela cria um arco de energia azul luminosa, semelhante a um chicote, a partir do seu pomo. Esse chicote atravessa sem causar dano a maioria das criaturas, como se não tivesse substância, mas é devastador contra mortos-vivos. O usuário da espada-chicote pode utilizar esse “chicote” de energia como um ataque de toque contra um morto-vivo, que deve obter sucesso em um teste de resistência de Vontade (CD 17) ou será destruído. O usuário não precisa do talento Usar Arma Exótica (chicote) para realizar o ataque.

Lâminas Gêmeas Luminosas

Esse machado de batalha duplo tem uma metade forjada em ferro frio e a outra de adamante, o que permite sobrepujar a Redução de Dano das criaturas resistentes a ambos os materiais. Nas mãos de um anão Leal e Bom, ele brilha levemente e funciona como um machado de batalha axiomático +2. Quando for empunhado por qualquer outro indivíduo, será simplesmente um machado de batalha +2 e não brilhará.

Dobrar da Tirania (Tyrant’s Knell)

Esse martelo de guerra dourado funciona como um arremessador dos anões, com as seguintes habilidades adicionais. Uma vez por dezena, o usuário do Dobrar da Tirania pode atingir o chão com o martelo (uma ação padrão) para criar um efeito idêntico à magia terremoto. Cada vez que o martelo atingir uma criatura do tipo gigante, o alvo deve obter sucesso em um teste de resistência de Fortitude (CD 16) ou será afetado por um efeito similar à magia reduzir pessoas (ainda que a magia homônima afete apenas humanoides).

Artefatos

Tronos Brilhantes de Splendarrmornn

Splendarrmornn

Tronos do Rei e da Rainha [17, p. 75]

Muitos dos tesouros de Splendarrmornn [17, pp. 72-74] foram saqueados pelas forças do Forte Portão do Inferno, mas os tronos golem desapareceram no Ano da Maldição (882 CV) no ataque infernal. O trono do rei de Splendarrmornn desapareceu na batalha de Karscragg, na confluência dos rios Delimbiyr e Sangue do Coração. O primo da rainha, o kulduque Daggan “O Martelo” Rockfist, sangue de Olaurin, vestiu o trono em defesa do reino, desaparecendo na Floresta Alta enquanto enfrentava as criaturas.

Uma companhia de aventureiros que não existe mais, os Nove, dizem ter enfrentado o trono quando caçavam Grimnoshtasdrano, o dragão das charadas, nas Cavernas Infindáveis na Floresta Alta. Suspeita-se que seja o espírito do kulduque que ache que todos são diabos.

O trono da rainha de Splendarrmornn foi perdido com o resto da guarda traseira na selvagem luta no Vale do Naurogloth (Passagem dos Ossos Brancos) quando se retiravam para Oghrann. Como todos os anões da guarda traseira e a rainha morreram nas mãos de orcs, acredita-se que o trono tenha caído em suas mãos. Porém, em séculos após a queda de Ammarindar, nenhuma expedição aos Picos Cinzentos regressou com informações sobre o trono da rainha.

Cada trono foi forjado em adamantina, o da rainha com a aparência de Berronar Prata Genuína e o do rei com a de Moradin Forjador de Almas. Cada trono tem uma coroa de 3 chifres encimados com beljurílos brilhantes e runas anãs douradas.

Aquele que sentar no trono pode ativar seu poder por força de vontade, mas apenas 1 por vez.

Trono do rei – Commune with Earth, Divine Power, Silverbeard
Trono da rainha – Spell Resistance, Stone Tell, Stoneskin

O poder comum é se fundir ao trono na forma de um golem de ferro sob controle. Quando o golem é derrotado, o ocupante é expelido sem um arranhão.

Personalidades

Iirikos Stoneshoulder

Um mestre artesão de Ammarindar do segundo século do Cômputo dos Vales. Em 149 CV, o Ano do Anão, ele e uma equipe de anões de Ammarindar construíram a ponte de arco de pedra sobre o Delimbiyr para amigos elfos no lugar que mais tarde seria Loudwater [1, p. 30; 3, p. 190; 5, p. 61; 13, p.38].

Insyzor

Um dracolich da presa venerável que vive na cabeceira do Rio Águas Brancas nas Montanhas Pico Cinzento e vagueia por toda a extensão das Terras Arruinadas. Acredita-se que possui riquezas fantásticas, conseguidas nas ruínas do reino dos anões de Ammarindar [6, p. 41].

Malaeragoth

“O Dragão Não Visto” (LN male very old sapphire dragon) mora no Reino de Pedra e Sombra, um grande complexo de cavernas embaixo das Montanhas Picos Cinzentos formada por câmaras naturais subterrâneas e túneis abandonados de Ammarindar [7, p. 55]. Durante a fúria dos dragões de 1373 CV, Malaeragoth se retirou para o Plano Elemental da Terra para esperar que os efeitos passassem [16 , p. 43].

Clãs

Embora os nomes dos reis sejam citados [2, p. 52] e temos informações de clãs anões que foram para Myth Drannor, não há menção dos nomes dos clãs que tinham sua morada em Ammarindar.

O clã de Iirikos Stoneshoulder é mencionado na lista de clãs anões do Note [2, p. 12], bem como o clã Ironstar³, dito guardião do segredo de produção da liga Darksteel, similar ao adamante [2, p. 5; 14, p. 94].

Um possível clã, os Machado Negro (Black Axe) são mencionados como tendo batalhado contra drows de Menzoberranzan [7, p. 54] há mais de 5000 anos (tendo como referência 1370 CV) e retomado a área da Caverna das Cabeças Decapitadas até a queda de Ammarindar.

Linha do tempo

A linha do tempo é baseada em fatos relatados nos livros Lost Empires of Faerûn [14] e Grand History of the Realms [19]. A linha do tempo do Forte Portão do Inferno também é inserida conforme for de interesse no tocante a Ammarindar e as forças que afetaram o reino. As linhas do tempo de Netheril, Delzoun, Eaerlann e Myth Drannor também são de interesse do leitor para complementar as informações aqui descritas.

-4160 a -4100 CV: Ascenção do reino anão de Ammarindar com a chegada de colonos anões do escudo às Montanhas Picos Cinzento.

-3843 CV: Fundação da cidade drow de Ched Nasad e início dos conflitos com Ammarindar.

-3373 CV: O rei Azkuldar de Ammarindar inicia relações comerciais com Netheril.

-2770 CV: Rei Connar IV de Ammarindar destrói muitas das criaturas que devastaram Sharrven, incluindo o dragão vermelho Rithaerosurffel, conhecido como Banimento de Sharrven.

-897 CV: Rei Olaurin, o maior herói-rei de Ammarindar, é morto pelo dragão das profundezas Erthungaron.

-550 CV (O Ano da Poeira Brilhante): Rei Azkuldar III de Ammarindar cria secretamente Xothol, a escola arcana com o dever de se proteger contra o crescente antagonismo de Netheril.

-408 CV: Karsus descobre a magia pesada (heavy magic). No processo de experimentação, mata Wulgreth de Netheril e o transforma em um lich.

-372 CV (O Ano da Vigília da Coruja): Os elfos de Eaerlann criam a cidade de Chifre Ascal.

339 CV: Queda de Netheril.

-333 CV (O Ano dos Refúgios Humildes): Chifre Ascal e Cidadela Sundbarr aceitam refugiados humanos de Netheril. Anões lentamente abandonam Ascore conforme o Mar Estreito seca.

-286 CV (O Ano do Sujo Acordar): Xothol é fechada.

1 CV (O Ano do Nascer do Sol): Anões de Ammarindar completam a Cidadela Yaunoroth.

149 CV: Iirikos Stoneshoulder, liderando anões de Ammarindar, constrói a ponte de arco sobre o Delimbiyr para amigos elfos. O lugar se tornaria Águas Ruidosas (Loudwater).

273 CV (O Ano dos Anões Encantados): Três clãs anões de Ammarindar e Cidadela Felbarr migram juntos para Myth Drannor.

820 CV: O arcanista Wulgreth de Chifre Ascal, homônimo de Wulgreth de Netheril, invoca os primeiros diabos para Chifre Ascal.

880 CV: Os fey’ri (daemonfay) iniciam a queda de Chifre Ascal influenciando Wulgreth e um grupo de magos a invocarem demônios [1, p. 42; 14, p. 84; 15, p. 83].

882 CV: Chifre Ascal torna-se o Forte Portão do Inferno após uma luta entre diabos e demônios invocados. Ammarindar e Eaerlann caem em decorrência dos demônios [13, pp. 6, 66; 14, p. 84].

883 CV: Wulgreth de Chifre Ascal foge do Forte Portão do Inferno e se refugia em Karse. Tentando roubar o poder de Karsus para si, morre e as energias da Floresta Atroz o transformam em um lich.

886 CV: Harpistas colocam proteções no Forte Portão do Inferno para evitar que portais tragam mais demônios.

890 CV: Demônios do Forte Portão do Inferno começam a escavar para atravessar as proteções dos Harpistas.

912 CV: Os demônios do Forte Portão do Inferno atingem as Montanhas Nether.

1221 CV: Túneis são escavados por baixo do Forte Portão do Inferno para conectar com os profundos túneis de Ammarindar [14, p. 85].

1356 CV: Demônios do Forte Portão do Inferno escavam até a Masmorra Sem Nome.

1365 CV: Gritharke, o senhor demônio do Forte Portão do Inferno, é morto por aventureiros elfos e um trio de mariliths toma o poder.

1368 CV: A tribo Uthgardt dos Ursos Azuis marcha e toma o Forte Portão do Inferno e Tanta Hagara², sua líder bruxa anis e ex-consorte de Kaanyr Vhok [7, p. 51], passa a comandar o Forte [13, p. 98] (possivelmente essa entrada pode ser desconsiderada pelos conflitos mostrados no ano 1370 CV).

1369 CV: Harpistas liderados pelo Mestre das Brumas (Mistmaster) destroem o Forte Portão do Inferno através do uso do Cristal do Protetor do Portão (Gatekeeper’s Crystal). Tanta Hagara e os Ursos Azuis de Uthgardt também são destruídos. Os daemonfey da Casa Dlardrageth sobreviventes da destruição do Forte Portão do Inferno são libertos após milênios de aprisionamento.

1370 CV: A marcha de Turlang, o Pensador, das Altas Árvores na Floresta Alta, selando os portões arruinados do Forte Portão do Inferno e impedindo a saída de criaturas malignas e a entrada de aventureiros tolos [13, p. 99]. Começam a reflorestar o Alto Delimbiyr. (Essa entrada é conflitante com [8, p. 126, 9, pp. 166, 167, 271; 13, p. 28; 14, p. 85]).

1371 CV: Forças da Legião Flagelada, um exército tanarruk liderado pelo cambion/meio-demônio Kaanyr Vhok, tomam o Pico Norte.

1372 CV: Os daemonfey ocupam Myth Glaurach. A Legião Flagelada é guiada pelos Jazred Chaulssin a atacar Ched Nasad e sitiar Menzoberranzan.

1373 CV: A Legião Flagelada se retira do cerco a Menzoberranzan e sitiam Sundabar. A Legião é quebrada e Kaanyr Vhok e sua consorte, Aliisza, partem para o Plano Elemental do Fogo por um portal.

1374 CV: Eventos que levam a um ataque da Casa Dlardrageth a elfos em Encontro Eterno e em Myth Drannor culminam com sua obliteração.

1479 CV: Após o sumiço de Kaanyr Vhok, a Legião Flagelada ficou sob o comando do Chefe da Guerra Ghaarzhvex. Hoje são comandados pelo Alto Chefe da Guerra Ghiirvox, invadindo terras próximas ou sendo contratados como mercenários. A adoração a Garagos foi trazida pelo misterioso Jervaan Sanguinário [20, p. 230].

Em minha campanha

Quando comecei a minha campanha em 2001, não sabia muito sobre Forgotten Realms. A inclusão de um reino anão nas montanhas Picos Cinzentos, do qual um dos personagens seria príncipe ou pelo menos herdeiro direto ao trono, veio a calhar com a história. O Reino de Ammarindar tinha várias “colônias” de mineração espalhadas pelas Picos Cinzentos, além das ligações com o Underdark [14, p. 87].

Além disso, a existência de uma passagem secreta para os Salões de Splendarrmornn próximas (ou nas) Cataratas Brilhantes (Shining Falls) era consideravelmente a favor de um plot para uma futura continuação (que estamos jogando agora, embora o tempo tenha sido aumentado de 5 anos para 113 anos após os eventos da campanha original) que tinha para o estabelecimento de uma colônia dos anões que restaram em uma caverna sob as Cataratas Brilhantes.

Para conectar os anões do Pacto de Phandelver e o mapa presente na aventura Lost Mine of Phandelver [22, p. 47] com a história da campanha anterior, usei um anão de Ammarindar que havia ido trabalhar lá, levando consigo o segredo do everbright [23, p. 50].

Notas

[1] É interessante notar que esse artigo sobre Vestígios (uma regra vinda do Tome of Magic da 3.5) cita a Rainha Helmma como gananciosa e que sua irmã Olmma foi a verdadeira protetora dos anões.
[2] Mais informações sobre Tanta Hagara, consulte essa entrada do Livreto de Mintiper.
[3] A personagem Isinghar “Feyrune” Ironstar é mencionada no Livreto de Mintiper como uma dwelf, um híbrido de anão e elfo dito comum nas eras passadas da Floresta Ardeep, Eaerlann e Myth Drannor [2, p. 6].

Referências

[1] Paul Jacquays, The Savage Frontier, TSR, 1988. [link]
[2] Ed Greenwood, Dwarves Deep, TSR, 1990. [link]
[3] Ed Greenwood, Volo’s Guide to the North, TSR, 1993.
[4] slade, Ed Greenwood, Jim Butler, and Steven Schend, The Wilderness, In: The North – Guide to the Savage Frontier, TSR, 1996. [link]
[5] slade, Ed Greenwood, Jim Butler, and Steven Schend, Cities, In: The North – Guide to the Savage Frontier, TSR, 1996. [link]
[6] Ed Greenwood, The Athalantan Campaign, In: Dragon Magazine #228, TSR, Abril 1996.
[7] Eric L. Boyd, Drizz’t Do Urden’s Guide to the Underdark, Wizards of the Coast, 1999. [link]
[8] Jason Carl, Sean K. Reynolds, Lords of Darkness, Wizards of the Coast, 2001. [link]
[9] Ed Greenwood, Sean K. Reynolds, Skip Williams, Rob Heinsoo, Forgotten Realms: Os Reinos Esquecidos – Cenário de Campanha, Devir, 2002. [link]
[10] Sean K. Reynolds, Duane Maxwell, Angel Leigh McCoy, Magia de Faerûn, Devir, 2003. [link]
[11] Eric L. Boyd, James Jacobs, Matt Forbeck, Races of Faerûn, WIzards of the Coast, 2003. [link]
[12] Bruce R. Cordell, Gwendolyn F. M. Kestrel, Jeff Quick, Underdark, Wizards of the Coast, 2003. [link]
[13] Ed Greenwood, Jason Carl, Fronteiras Prateadas, Devir, 2004. [link]
[14] Richard Baker, Ed Bonny, Travis Stout, Lost Empires of Faerûn, Wizards of the Coast, 2005. [link]
[15] James Wyatt, Rob Heinsoo, Monstros de Faerûn, Devir, 2005. [link]
[16] Eric L. Boyd, Eytan Bernstein, Dragons of Faerûn, Wizards of the Coast, 2006. [link]
[17] Eric L. Boyd, Ed Greenwood, Lost Regalia of the North: The Toppled Thrones, In: Dragon Magazine #351, Paizo Publishing, Janeiro 2007.
[18] Richard Baker, Travis Stout, James Wyatt, Livro do Jogador para Faerûn, Devir, 2007. [link]
[19] Brian R. James, Ed Greenwood, The Grand History of the Realms, Wizards of the Coast, 2007. [link]
[20] Bruce R. Cordell, Ed Greenwood, Chris Slims, Guia de Campanha de Forgotten Realms, Devir, 2011. [link]
[21] Brian R. James, Eric Menge, Menzoberranzan: City of Intrigue, Wizards of the Coast, 2012. [link]
[22] Rich Baker, Lost Mine of Phandelver, In: Dungeons & Dragons Starter Set, Wizards of the Coast,  2014.
[23] Green Ronin Publishing, Sword Coast Adventurer’s Guide, Wizards of the Coast, 2015.
[24] Mike Mearls, Jeremy Crawfors, Volo’s Guide to Monsters, Wizards of the Coast, 2016.

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