Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 1

História do Reino de Phalorm e as Montanhas da Espada

O Castelo Boca Escarpada (Castle Cragmaw), como dito na aventura [1, p.35], antes de pertencer aos goblins era uma habitação humana, criada por um mago nobre de Phalorm. Mas o que foi o reino de Phalorm? Devemos conhecer a história da região.

Regiao Waterdeep

A região em 1358 CV, colagem de mapas das caixas

Assuntos netherese

Em -2368 CV, o Terraseer guiou os netherese a construírem um posto de reabastecimento de água próximo às Montanhas da Espada (Sword Mountains). Quesseer, que hoje é o Poço da Velha Coruja (Old Owl Well), ficou conhecido pelos monstros da região: ursos-coruja (owlbears). O intento inicial era fazer comércio com Illefarn, marinheiros de Illusk, anões sobreviventes de Haunghdannar, nômades Caçadores do Gelo e extrair minério das montanhas [6, p.8 ; 4, p.97 ; 11, p. 31].

Da queda de Illefarn aos assentamentos humanos

Illefarn foi um reino élfico formado em -22900 CV, cuja extensão ia da região ao sul de Illusk (onde hoje é Luskan) até o Vale do Dessarin. Após a Guerra das Coroas, sua capital, Aelinthaldaar, ficava onde hoje é a cidade de Águas Profundas (Waterdeep) é fundada em -8500 CV [2, p.6 ; 4, p.136]. Aelinthaldaar foi destruída pela Alta Magia élfica em -1100 CV quando o coronal decidiu pelo retiro em Evermeet. Illefarn passou a ser um reino fragmentado.

Razim Aravintarl

Elfos usam Alta Magia para destruir Aelinthaldaar, Lost Empires of Faerûn

Antes do abandono élfico, o Monte Waterdeep chegou a ser ocupado por um anão chamado Melair em -1288 CV ao descobrir um veio de mitral, formando o clã Melairkyn e os Salões Subterrâneos de Melairbode (que viria a ser Undermountain). Aqui podemos presumir que os anões de Melairkyn chegaram a ocupar as Montanhas da Espada, por uma cidadela anã chamada Melairrin. De fato, ela é citada [10, p.15 ; 12, p. 14] como uma cidadela abandonada.

Nesse tempo, magos netherese chegaram a ser vizinhos não muito bem quistos dos anões. Montaram o enclave Sargauth em -750 CV, mas com o colapso da Trama da Magia em -339 CV, seu enclave desmoronou (o terceiro nível de Undermountain).

Os anões de Melairkyn viriam a enfrentar os elfos negros desde -677 CV, vindo a cair em uma invasão drow em 34 CV, desaparecendo por completo em 211 CV. Halaster ocuparia a região de 168 CV a 482 CV, entrando em conflito com os drows e convencendo os fazendeiros da região a deixá-lo e a seus aprendizes em paz. O Forte Blackcloak floresceu como uma comunidade, até ser conquistado por um senhor da guerra tethyriano em 482 CV [2, p.8], tornando-se o Forte Bloodhand.

Reino de Phalorm

Com o crescimento das hordas orc no Norte, os elfos da floresta Ardeep, os anões de Dardath, os gnomos de Dolblunde e os halflings expulsos de Mieritin no distante sul, formaram o Reino das Três Coroas de Phalorm com humanos do Delimbiyr, no que ficou conhecido como Conselho do Machado e Flecha em 523 CV. Três Coroas porque o reino chegou a ter três reis simultaneamente [3, p.56]: um rei elfo, Ruardh Lightshiver; um rei anão, Torghatar sangue de Bharaun; e um rei humano, Javilarhh “O Escuro” Snowsword. Também tinha dois duques, um gnomo e um halfling: Ulbrent Handstone e Corcytar Huntinghorn, respectivamente.

Uma dessas hordas vindas da cordilheira Espinha do Mundo em 611 CV, a Horda Eterna (Everhorde), chegou a destruir Illusk (mas a Torre da Hoste Arcana sobreviveu) e atacar Neverwinter (que sobreviveu com a ajuda de Palarandusk, o Dragão do Sol) [4, p.138].

A Horda das Terras Devastadas [7, p.5] ataca em 614 CV. O rei anão Oskilar morre e Dolblunde é saqueada. Os exércitos humanos são pressionados para Uthtower.

Em 615 CV, o lich Iniarv, em resposta ao pedido de ajuda, usou sua magia para enfrentar duas hordas orcs na região da Torre Uth (Uthtower) [4, p.138]. Phalorm já estava enfraquecida pelo ataque da horda anterior. A grande onda que invocou do Mar Sem Rastros acabou criando o Pântano dos Homens Mortos, com a morte de muitos guerreiros do Forte Bloodhand. Os orcs tomaram as Montanhas da Espada em fuga.

Isso marcou o fim de Phalorm e o início dos Reinos Caídos (Fallen Kingdoms) ou Reino dos Humanos, com a saída dos elfos após anos de lutas para Evermeet e dos anões das Colinas Negras (hoje Colinas Forlorn) para Ammarindar. Em 616 CV, Delimbiyran, o reino dos humanos, forja novo pacto com os gnomos e halflings, clamando para si todas as terras dos antigos reinos que abandonaram Phalorm [11, p.93].

O Pacto de Phandelver

Com a queda de Chifre Ascal (Ascalhorn) para os fey’ri em 882 CV, com suspeita de participação humana, e por conseguinte a queda do reino élfico de Earlann e a queda do reino anão de Ammarindar, elfos e anões se espalham pelo Norte. Sobreviventes de Ammarindar dividem-se indo para Oghrann nas Terras Centrais do Ocidente e para o oeste do Norte. Os elfos repopulam a floresta Ardeep e os anões das Colinas Forlorn formam uma aliança com os humanos. O Forte Bloodhand é tomado por Nimoar, vindo a se chamar Forte Nimoar e posteriormente, em 932 CV, Waterdeep. Para desespero dos historiadores, essa nova aliança também é chamada de Reinos Caídos.

Aproximadamente em 900 CV, gnomos, anões e magos humanos fazem o Pacto de Phandelver: a construção da Forja das Magias na mina conhecida como Caverna Eco das ondas. A produção de armas e armaduras mágicas traz crescimento para a região, em especial para as fazendas de Phandalin.

Os orcs de Uruth Ukrypt

Em 927 CV, o deus orc Yurtrus faz chover sua ira sobre as Montanhas da Espada, causando as Pragas do Sangue. O xamã orc Wund une as tribos sob o comando do chefe Uruth, criando o reino orc de Uruth Ukrypt. Esses orcs expulsam gangues de trolls em 932 CV das montanhas em direção a Nimoar, o que causa a primeira Guerra Troll [2, p.8].

Em 934 CV, os orcs de Uruth Ukrypt destroem os assentamentos gnomos nas Montanhas da Espada e nas colinas próximas. Guiados por Wund, em 936 CV, atacam o Forte Nimoar, nas chamadas Guerra do Jejum Orc (Orcfastings War). Em 940 CV, o rei orc de Uruth Ukrypt, Rauragh, tenta usar caminhos pelo Subterrâneo (Underdark) para atacar Nimoar, mas seus planos de juntar as tribos é rechaçado por Palarandusk.

horde

A horda chega, Powers of Faerûn

Em 951 CV, Phandalin, um importante centro de fazendas a sudoeste do Poço da Velha Coruja, é destruída pelos orcs de Uruth Ukrypt [4, p.140]. Sir Aldith Tresendar, o Falcão Negro (Black Hawk), morre na defesa de seu forte na cidade. A localização da mina do Pacto de Phandelver é perdida (suponho que o lugar era secreto, somente os participantes do Pacto saberiam).

Em 1018 CV, os dragões Claugiyliamatar e Shammagar saquearam as riquezas dos orcs de Uruth Ukypt e destruíram suas reservas de comida.

Em 1024 CV, a horda do Osso Quebrado sai de Uruth Ukrypt com o intento de destruir Waterdeep de uma vez por todas. Os ataques do dragão Lhammaruntosz, as Garras da Costa, enfraquecem substancialmente a horda, permitindo que o exército de Waterdeep vença. A horda foi formada após um bando aventureiro de Waterdeep, conhecidos como A Compania do Alvorecer (Dawnbringer Company) ter saqueado a cripta sagrada de Ukrypt [2, p.9].

Em 1026 CV, os orcs de Uruth Ukrypt caem por definitivo com o ataque de Raurlor, sucessor de Laroun, senhor da guerra de Waterdeep que morreu no cerco da horda da Garra Negra.

Mas essa região ainda seria atacada por mais uma horda orc. A maior já vista na história, formada em 1235 CV, o ano da Horda Negra, atacando Illusk, Waterdeep e Silverymoon [4, p.141].

Reconstrução de Phandalin

Por volta da década de 1480 CV, fazendeiros vindos de Neverwinter e região repovoaram as ruínas de Phandalin. E uns 3 a 4 anos depois (nas minhas campanhas, costumo colocar em 1488 CV para facilitar a passagem de tempo), os irmãos Rockseeker começaram a fazer escavações na área.

Até agora…

Vimos que são poucas as referências para Neverwinter. A cidade, apesar de grande e com grandes aparições e importância em jogos, é pouco descrita. Sua maior fonte de informações é o Neverwinter Campaign Setting [8] da 4ª edição.

Com esse histórico, já podemos ver que a região é rica em detalhes e como podemos explorar essas migalhas de informação para apimentar mais o que a aventura traz.

Veremos isso nos próximos posts.

Referências

[1] Rich Baker, Lost Mine of Phandelver, In: Dungeons & Dragons Starter Set, Wizards of the Coast,  2014.
[2] Eric L. Boyd, City of Splendors: Waterdeep, Wizards of the Coast, 2000. [link]
[3] Ed Greenwood, Dwarves Deep, TSR, 1990. [link]
[4] Richard Baker, Ed Bonny, Travis Stout, Lost Empires of Faerûn, Wizards of the Coast, 2005. [link]
[5] Eric L. Boyd, Ed Greenwood, Lost Regalia of the North: The Toppled Thrones, In: Dragon Magazine 351, Paizo, Janeiro 2007.
[6] slade, Jim Butler, The Winds of Netheril, In: Netheril: Empire of Magic, TSR, 1995. [link]
[7] Ed Greenwood, Jason Carl, Fronteiras Prateadas, Devir, 2004. [link]
[8] Matt Sernet, Ari Marmell, Erik Scott de Bie, Neverwinter Campaign Setting, Wizards of the Coast, 2011. [link]
[9] Ed Greenwood, Sean K. Reynolds, Voaraghamanthar, “The Black Death”, In: Wyrms of the North, Wizards of the Coast. Disponível em: http://archive.wizards.com/default.asp?x=dnd/wn/20040310a. Último acesso: 20/04/2017.
[10] Eric L. Boyd, Ed Greenwood, Christopher Lindsay, Sean K. Reynolds, Expedition to Undermountain, Wizards of the Coast, 2007. [link]
[11] Brian R. James, Ed Greenwood, The Grand History of the Realms, Wizards of the Coast, 2007. [link]
[12] Eric L. Boyd, Environs of Waterdeep, In: City of Splendors: Waterdeep – Part 2, Wizards of the Coast. Disponível em: http://archive.wizards.com/default.asp?x=dnd/we/20060503a. Último acesso: 20/04/2017.

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  2. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 1
  3. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 2
  4. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 3
  5. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 4
  6. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 5
  7. Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 6

10 comentários sobre “Expandindo a Mina Perdida de Phandelver – Parte 1

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    • Obrigado pelo comentário Artur! Forgotten Realms tem muita informação pra enriquecer nossas aventuras que está espalhada por diversos suplementos, romances, artigos na Dragon Magazine e onde menos você espera (como um livro sobre Greyhawk em Spelljammer).

      Enquanto a gente fica no aguardo de mais atualizações sobre os Reinos, tudo dependendo da Wizards of the Coast e seus acordos e contratos com o senhor Greenwood, temos que garimpar o que já saiu pra enriquecer o material.

      Tem muita coisa que o pessoal da Wizards acaba não colocando ou por falta de espaço no produto (uma pena!) ou mesmo por desconhecimento do autor (temos que dar o crédito, a pessoa já está preocupada em criar conteúdo novo dentro de um prazo).

      Dá uma olhada no material que o pessoal do https://aventureirosdosreinos.com/ anda produzindo também, vai desde atualizações de material baseado no que já saiu em livros como Storm King’s Thunder a resenhas de livros de edições passadas.

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